Eis um retrato de um grupo de lavradeiras de Vilar de Paraíso, hoje no concelho de Vila Nova de Gaia. As meninas trajam xailes cujas cores sobressaem sobre a blusa branca, as clássicas jóias ostentativas do norte, e umas toucas escuras pousadas sobre um lenço que cobre a parte de trás da cabeça.
As toucas parecem estar emplumadas na parte de cima? Acho que o conjunto das toucas com o lenço, as cores, dão um aspeto eslávico às raparigas.
São dois postais com modelos em comum e com as mesmas legendas.
O tema aqui tratado é o traje português através de postais antigos. Fotografias e ilustrações (algumas delas autênticas obras artísticas) testemunham da indumentária nacional doutras épocas. É também uma homenagem por um lado aos fotógrafos e aos ilustradores e por outro lado aos modelos ou aos transeuntes, anónimos antepassados que nos fitam desde tempos desvanecidos. Costumes de gala ou da faina... integraram o dia a dia dos nossos predecessores, são agora parte da nossa identidade e cultura.
1/30/2012
1/29/2012
Trez garotos
Não existiam só retratos da velhice... eis um exemplo de retrato de miúdos sorridentes. O postal indica "typos de estudo", o que, tal como nos retratos anteriores, dá um propósito artístico à imagem. Estes garotos têm cara de rufias citadinos, com os seus gorros e bonés. Bonés ao estilo dos que trazem os malfeitores (e não só) nos filmes que ocorrem durante o periodo da proibição nos Estados Unidos (1919-1933).
1/28/2012
Cabeça de estudo
Um último retrato da série "cabeça de estudo" da Foz do Douro. Um rosto bíblico... que é talvez o que se pretendeu obter aqui colocando um tecido sobre a cabeça do modelo. Pelo menos que eu saiba os homens não usavam tal "xaile", só se os mais pobres contra a chuva? De qualquer maneira, uma bela imagem dos anos 1900s que merecia um lugar num museu nacional de fotografia.
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1/25/2012
Typo da Foz do Douro
Mais retratos então. Dois postais com o mesmo modelo, fotografado de frente e de perfil. Vêm com o título "cabeça de estudo" que indica o intuito artístico das imagens. Acho belos estes retratos.
A senhora idosa, qualificada de "typo da Foz do Douro", mostra um rosto meio grave e sério, marcado pelas asperezas da vida, portador de uma espécie de resignação toda cristã (talvez um efeito do xaile a cobrir a cabeça).
A senhora idosa, qualificada de "typo da Foz do Douro", mostra um rosto meio grave e sério, marcado pelas asperezas da vida, portador de uma espécie de resignação toda cristã (talvez um efeito do xaile a cobrir a cabeça).
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1/24/2012
Foz do Douro
Mais um retrato de uma mulher idosa a sorrir... uma peixeira de rosto enrugado e curtido pelo sol. Afastámo-nos aqui um pouco do tema do traje, mas estes postais formam um conjunto de retratos interessantes, de um ponto de vista artístico e não só. Esta imagem faz parte de uma série da qual vêm aí a seguir mais exemplares.
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1/22/2012
Fazendo meia
Da mesma série que o retrato anterior, eis uma mulher idosa a tricotar, sorridente e com os seus óculos na ponta do nariz... uma caricatura de avozinha. O segundo plano unido dá a ideia que a fotografia foi tirada num estúdio.
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1/21/2012
Um velho lobo do mar
E que tal prosseguir agora com retratos antigos? Eis uma imagem postal do início do séc. XX de um marinheiro com o seu cachimbo. Seu vestuário, nomeadamente o casaco e o boné, tem um aspeto bastante moderno.
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1/17/2012
Busto de mendigo
Para completar o quadro das ruas da cidade, havia também os mendigos. Facto surpreendente é terem existido postais a retratá-los. Hoje não viria à ideia de ninguém enviar um postal com a fotografia de um sem-abrigo (acho eu). Poderia ter sido meramente pelo valor artístico do retrato, o que, tal como neste postal aqui, seria justificado, mas reparem que a legenda diz "Costumes". Quer isso dizer que a razão de ser da imagem são os andrajos do pobre. O rosto digno indica que os autores quiseram mostrar uma pessoa parte integrante da sociedade. Todavia acredito que a primeira motivação do fotógrafo tenha sido artística. Não sei se este tipo de imagens postais existiu noutros países da Europa, até aqui nunca vi.
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1/14/2012
O amolador
Pelas ruas da cidade não se vendiam só mercadorias, mas também serviços. Eis por exemplo um amolador com o seu carrinho profissional equipado para afiar facas, tesouras ou qualquer alfaia. Ambos, o senhor e o miúdo, estão bem vestidos, e o rapazinho até com uma certa modernidade chique.
1/08/2012
Vendedoras de peixe
E para completar o quadro dos vendedores ambulantes, havia claro as peixeiras. Garridas, percorriam descalças as ruas com a mercadoria fresca do dia à cabeça, apregoando de viva voz e de maneira típica. Podem ver mais retratos de vendedeiras de peixe aqui e aqui.
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1/07/2012
Vendedor de jornaes
Outra venda praticada pelas ruas da cidade: a de jornais. Neste postal aparecem dois pequenos vendedores, os quais percorriam as ruas descalços talvez de maneira quotidiana com suas bolsas contendo publicações que muito provavelmente eram incapazes de decifrar (infelizmente em 1900 ainda estava longe a escolarização infantil obrigatória neste país!).
Por baixo da legenda original, o expedidor do postal adicionou a tradução para francês.
Por baixo da legenda original, o expedidor do postal adicionou a tradução para francês.
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1/06/2012
Leiteiros
Eis uma versão caprina dos vendedores de leite. O postal indica Mirandela, o que não é muito comum, pois os postais do início do séc. XX dessa cidade, com pessoas, são raros.
Vi recentemente uma fotografia de cerca de 1900 com uma cena parecida de um vendedor de leite, com seu pequeno rebanho de cabras... nas ruas de Paris! (In: "Paris. Portrait of a City." J.C. Gautrand. Ed. Taschen).
Vi recentemente uma fotografia de cerca de 1900 com uma cena parecida de um vendedor de leite, com seu pequeno rebanho de cabras... nas ruas de Paris! (In: "Paris. Portrait of a City." J.C. Gautrand. Ed. Taschen).
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1/05/2012
Vendedor de leite
Um vendedor de leite das ruas, que não se incomodava a transportar a mercadoria às costas, pois ela era contida nas tetas bovinas... no fim de contas, uma espécie de micro-fábrica ambulante. Ainda não se inventou maneira tão direta de aplicar a fórmula "do produtor para o consumidor".
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1/04/2012
Vendedeira de leite
Gosto desta série de vendedores ambulantes, por isso vou prosseguir. Eis uma vendedeira de leite, retratada num estúdio. Ao que parece tem um lenço a servir de cachecol, brincos ostentativos que parecem flores, um chapéuzinho engraçado... a blusa ou camisa também apresenta uma certa originalidade, feita num tecido de tipo escocês (as cores aqui não são as originais, pois a imagem inicialmente a preto e branco foi colorida, ou colorizada como se diria no Brasil).
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1/03/2012
Vendedor de hortaliça
Outro comerciante ambulante das ruas da capital: o vendedor de hortaliça. Naqueles tempos as mercadorias vinham de maneira quase quotidiana até à porta de casa, muitas transportadas às costas como se pode ver aqui. Os vendedores, conscientes que para garantir o seu ganha-pão não podiam afugentar o cliente, vestiam-se de maneira correta e asseada... tal como hoje em dia um representante comercial.
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1/02/2012
Vendedor de azeite
Começo este ano novo com mais um vendedor das ruas. Este vendedor ambulante transportava a sua mercadoria ao ombro e na mão, numa pipinha e em recipientes de latão. Tal como para os outros vendedores a pé, a tarefa parece-nos bem pouco produtiva... e perguntámo-nos porque não usavam antes um carrinho ou até um animal? Talvez porque as ruas não eram assim tão facilmente praticáveis e a pé podiam percorrer as vielas, becos e escadarias da cidade. Ou seria simplesmente por uma questão de desprovimento?
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