12/23/2011

Vendedeira de gallinhas

Para continuar na série dos vendedores ambulantes, eis uma vendedeira de galinhas das ruas de Lisboa. Com uma blusa de motivos originais e uma ampla bolsa à cinta. Sim, a senhora deambulava pelas ruas da cidade com galináceos sobre a cabeça... e um galo ao braço, talvez para evitar promiscuidades no cesto-gaiola acima e toda a confusão consequente.
A fotografia foi tirada no mesmo sítio que para esta outra vendedeira.

12/21/2011

O aguadeiro

Mais um "tipo" das ruas da cidade, um aguadeiro... bem vestido e lindamente retratado. Com a pipa ao ombro faria mais pensar num "vinhateiro", mas creio que tal venda ambulante não se praticava.
Este postal foi enviado para França em 1904. A tradução da legenda para francês não é propriamente (só) por questões de turismo. É que no século XIX e ainda no início do século XX, o francês era a língua internacional nos assuntos postais... além de ser também conhecida pelas pessoas educadas pela Europa fora e até na Rússia.

12/18/2011

O padeiro

Uma outra personagem das ruas da cidade, um padeiro ambulante... com seu volumoso cesto às costas sustido com as mãos por duas correias (o transporte sobre a cabeça, menos desconfortável, era no entanto sendo somento feminino). Um vestuário citadino elegante e asseado (exigido pela profissão), bigode de rigor neste início de século XX, tal como no resto da Europa.

12/17/2011

Lisboa na rua

Uma outra lavadeira, de cerca de 1900, num postal com a legenda traduzida para francês. Esta imagem tem algo de singular em relação aos outros postais da mesma época, pois é um retrato feito na rua, com o modelo em movimento, e curiosamente a fotografia foi tirada de um nível inferior... uma cena que testemunha o quotidiano da capital, sendo parte duma série intitulada "Lisboa na rua". A senhora traz uma saia e um avental coloridos e compridos.

Lavadeiras

Bem, este postal é muito mais recente, praí dos anos 70 ou 80... uma breve alteração do habitual por se tratar de lavadeiras, tal como na imagem anterior. Reparem que os hábitos lavatórios eram aqui inalterados em relação ao início do século XX, a não ser as bacias de latão ou de plástico (mais baratas que os cestos de fabricação manual). A forma e as cores do vestuário tambem não serão muito diferentes, todavia aqui é provavelmente pronto-a-vestir. Não sei se a placa atrás indica Marinha Grande?

12/11/2011

Lavandeiras

Outro meio de transporte na Lisboa de 1900... mais leves, mais flexíveis e mais rápidos que os carros de bois. Usados para transporte de cargas e de pessoas, tal como aqui balas de roupa e suas lavandeiras, ao que parece um trabalho de grupo ou até uma profissão. Reparem nos cartazes publicitários nas paredes da capital, já naquela época.

12/07/2011

Arredores do Porto

Outro carro de bois, numa versão todo-o-terreno... permitida pela robustez da atrelagem. Um postal enviado em 1906. As calças do homem à direita têm um aspeto surpreendentemente moderno, no corte e no porte.

12/05/2011

Costumes portuguezes

A versão peso pesado do transporte de carga no início do século XX em Portugal... aqui puxado por dois animais de estatura média, o que permite a sua condução por uma modesta aldeã, humildemente trajada para o labor quotidiano.

12/04/2011

Uma carga de carvão

Uma maneira menos desconfortável de transportar uma carga... Uma rapariga de Chaves bem agasalhada conduz um burrinho carregado de sacas de carvão. Tamancos, capucha de burel, mitenes e meia-calça para proteger do frio nortenho... tudo de cor escura, tons carvoentos.

Tricana salineira

Sobre o mesmo tema, eis uma ilustração de Alberto de Souza, uma aguarela que se encontra no museu regional de Aveiro e reproduzida aqui num postal que é parte de uma coleção editada pela "Revista Latina".

12/03/2011

Vendedeira de fructa

Uma outra versão de transporte sobre a cabeça, desta vez um lindo cesto para fruta... num cenário estranho, pois a rapariga está sobre um tapete em frente ao que parece uma selva.
Reparem que a reforma ortográfica de 1911 já tinha tratado de eliminar o c mudo de algumas palavras...

12/02/2011

Vendedeira de peixe

Eis uma demonstração por uma vendedeira ambulante de Lisboa de como se transportava uma canastra de peixe sobre a cabeça. Uma bolsa colorida à cinta continha as moedas... as quais deviam cheirar a peixe.
No selo foi adicionada, sobre a cabeça do rei D. Carlos, a menção "Republica", o que indica que o postal foi enviado depois do fim de 1910.

12/01/2011

Pequenos vendedores de sardinha

Por falar em miúda com carga sobre a cabeça... eis dois pequenos vendedores de sardinhas de Espinho. Reparem que sob o pretexto do transporte de cargas na cabeça ser tarefa feminina, o rapazinho leva um peso menor... talvez a sua boina não seja adaptada a tal trabalho.

11/30/2011

Na fonte

Para prosseguir com costumes humildes, eis um grupo de miúdas descalças, típicas aldeãs, de saia, xaile, lenço e transportando cargas sobre a cabeça...

11/29/2011

Tipo da Vila da Feira

Apercebi-me que a imagem anterior existe também numa outra versão a preto e branco, num estilo que faz lembrar uma pintura... trata-se na realidade de uma fotografia que foi pintada e imprimida sem a cor.

11/28/2011

Villa da Feira


Vila da Feira, assim se chamava Santa Maria da Feira até à sua elevação a cidade em 1985. Neste postal, um xaile cruzado sobre o busto tal como nas imagens precedentes... mas aqui é de lã e por isso é uma versão mais modesta.

11/27/2011

Arcos

Mais um costume do mesmo tipo... com um avental muito colorido, num cenário vegetal e com a legenda Arcos, de Valdevez, no norte do Minho.

11/26/2011

Barcellos

Com este retrato colorido, eis a prova definitiva que no postal anterior não se trata de rastas... é uma espécie de lenço com franjas pousado ou atado sobre a cabeça.
Cruzado sobre o peito, um xaile sedoso, elegante e ricamente decorado, forma uma peça do vestuário. As franjas descaem propositadamente sobre os mangas brancas da camisa. O colar ajustado e o resto das jóias vêm completar a luxuosa indumentária... pois no início do séc. XX, um xaile destes era caríssímo e pouco acessível para as mulheres do povo.
Já agora, aproveito para pôr outro postal para o qual posou o mesmo modelo, numa versão a preto e branco e desta vez com a legenda "Vianna do Castelo".

11/25/2011

Trabalhando... com fato de gala

Mais um grupo de mulheres... jovens a fiar em Afife (litoral norte), em costumes de gala. Não, não usam cabelo rastafari com dreadlocks... mas sim xailes pousados sobre a cabeça.

11/23/2011

Espadelando o linho

Para prosseguir com indumentária beirense... eis um grupo de mulheres concentradas nas suas tarefas de tratamento do linho, mais precisamente na espadelagem. Praticada com a espadela de madeira, permitia a separação das fibras para serem usadas na fiação, depois na tecelagem para chegar à confeção de tecidos. Da planta até ao pano ou manta, esta "indústria caseira" necessitava muito tempo e trabalho árduo.
A única personagem da fotografia a fixar o objetivo, é o senhor da casa, em segundo plano... que parece desde sua posição dominante estar a vigiar o trabalho feminino.

Para informações detalhadas sobre o trabalho do linho, podem ver aqui: http://www.bragancanet.pt/brunhoso/linho.htm

11/22/2011

Beira

Tal como na imagem precedente, a moça expõe uma soberba cabeleira. Argola de ouro, lenço de tecido estampado atado sobre a cabeça... um arzito de pirata talvez.

11/21/2011

Costume de Famalicão

Eis mais um exemplo... desta vez o postal a preto e branco existe numa versão colorida, mas também numa terceira versão que foi tão retocada, colorida ou pintada que se tornou num desenho.
 É sempre impressionante... o tamanho e a quantidade de jóias nestas moças minhotas. Esta segunda versão vem com a localidade, Famalicão.
 A terceira versão quase parece uma imagem sagrada, daquelas que se ganhavam na catequese. Aqui vem com menção "Avintes", o que será mais provavelmente o lugar da realização artística.

11/20/2011

Costume de Vianna do Castello

Eis um bom exemplo de postal a preto e branco do qual existe também uma versão "colorizada". O resultado do que se assemelha a uma espécie de Photoshop manual, é realista, principalmente nos ornatos complexos dos tecidos. Reparem no xaile enrolado no busto e usado como uma peça de roupa.
Só na segunda versão é que diz que se trata de uma moça de Viana. Perceberam que as legendas são anteriores à profunda reforma ortográfica de 1911, que também tocou os topónimos nacionais. Pequeno aparte demasiado tentador: há exatamente 100 anos, a adoção da nova ortografia não se fez sem resistências em Portugal... que melhor maneira de assinalar o centenário da reforma senão repetindo a história?

11/19/2011

Varinita

Para continuar a série... uma "varinita", que tal como era norma para os miúdos naquele tempo, está vestida de maneira idêntica à mãe. Vem com a indicação da localidade de "Malva": bem, após pesquisar não consegui encontrar esse sitio... duas hipóteses: o postal vem com um erro ou o município de Malva sofreu uma extinção/fusão.
No início do séc. XX as fotografias e os postais a preto e branco eram frequentemente coloridos ou como se diz no Brasil talvez de maneira mais precisa, eram colorizados, i.e. postos a cor. Eis um exemplo, o qual mais de cem anos depois nos permite ter uma ideia mais exata das cores usadas no vestuário.

Rapariga de Ílhavo

Mais uma rapariga, mas de Ílhavo, terra de pescas. Tal como no postal precedente, a blusa é formosa... não esquecer que estas peças são fruto da criatividade e do trabalho manual de costureira(o)s, pois por volta de 1900 o pronto-a-vestir não era a regra. Aqui o chapéu, como numa imagem anterior tem uma forma de barquinho e faz parte do costume de gala, completo como convém com as jóias ostentativas.

11/18/2011

Costume do norte

Uma jovem camponesa de olhar sério e meia reservada, num cenário campestre, rodeada por feixes de palha... traz um chapéu também ele de palha e de um modelo que ainda hoje existe idêntico. Reparem na bonita e não menos original blusa.

11/17/2011

Camponesa do Alentejo

Vamos agora para o Alentejo... com uma camponesa a posar num cenário artificial. Lenço claro florido na cabeça, coberto por um chapéu preto com estilo masculino... típico da feminidade camponesa alentejana de outrora.

11/16/2011

Varina

Já que estou em assuntos marítimos... eis uma vendedora ambulante de peixe ou varina, descalça (assim manda a profissão) e posando com o seu cesto. Um lindo postal de cerca de 1900. O chapéu faz lembrar um barquinho... de propósito ou inconsciente? Durante o ofício este deixará o lugar à barca pesada que é o cesto repleto de mercadoria piscatória fresca...

11/15/2011

Velho pescador

Os retratos de pescadores são frequentes em postais. Mais um então nesta série, só que este trabalhador do mar traz uma espécie de chapéu de coco. Original...

Tipo de pescador de Ovar

Prosseguindo no mesmo tema... eis um "tipo de pescador", diria dos anos 40 ou 50. Quase parece um velho escocês sisudo... se não fosse a carapuça bem Lusitana.

11/14/2011

Pescador de Lisboa

Por falar em carapuça... eis uma bonita na cabeça de um pescador lisboeta, retratado num postal do início do século XX. Reparem também na camisa (?) largamente decotada... estilo descontraído.

11/13/2011

Antigos trabalhadores do Minho

Uma fotografia dos anos 1900 com a legenda "Antigo trabalhador", o que indica que o traje é do século XIX. Acho as calças brancas largas e curtas surpreendentemente modernas (imaginem num veraneante de sandálias...). Alfaia ao ombro, socos na mão, camisa branca, jaqueta elegante, carapuça... Esta última faz lembrar o barrete frígio, posto na moda durante a revolução francesa em 1789 e que depois, de cor vermelha se tornou um símbolo republicano; o nome "frígio" vem da antiguidade, tal carapuça já existia na época romana. Tambem foi adotada mais tarde, de cor branca ou vermelha, pelos Estrunfes.
O conjunto, com variantes para as calças, forma um traje camponês comum na Europa do século XIX.
O senhor aqui acima posou junto com dois colegas para outro postal, de formato inabitual. Veste um colete e um chapéu, diferente dos outros dois. Vem com a curiosa legenda "Comprando adubos" e desta vez traz a precisão da localidade: freguesia de Perre, a uns km de Viana do Castelo. Porquê Perre? Porque Perre tem um historial de relevo no traje à lavradeira. Existia ali a tradição da cultura do linho, o qual era usado pelas raparigas da terra para tecer ou confecionar fatos ou bordados. Isso explica a singularidade das calças brancas nestas fotografias.

Trajo dos arredores de Coimbra

Uma senhora de trança em coroa, posando com dignidade, de braço pousado numa bilha, vestindo uma blusa elegante de mangas largas e uma saia cumprida, ou será um avental? À moda de Coimbra.

11/12/2011

Costume do Minho

Um costume do Minho mais "clássico" e o primeiro duma longa série, já que o Minho revelou-se uma fonte quase inesgotável de indumentária postal. Uma senhora posa num enquadramento pseudo-romântico artificial ao gosto do tempo.

Mulher de Castro Laboreiro

Eis a minha primeira imagem, uma escolha aleatória. Fotografia tirada por volta de 1900.
Não sei porquê especificamente de Castro Laboreiro (mais conhecido pelos seus cães)... mas é um exemplo raro de postal com um costume de montanha do Minho.
Trata-se aqui de uma rapariga vestida com uma espécie de manta feita para proteger grosseiramente do frio, o que contrasta com os tamancos abertos e os pés nus. Adivinha-se um tipo de costume muitíssimo antigo, que se pode imaginar existindo já na idade do ferro.