11/30/2011

Na fonte

Para prosseguir com costumes humildes, eis um grupo de miúdas descalças, típicas aldeãs, de saia, xaile, lenço e transportando cargas sobre a cabeça...

11/29/2011

Tipo da Vila da Feira

Apercebi-me que a imagem anterior existe também numa outra versão a preto e branco, num estilo que faz lembrar uma pintura... trata-se na realidade de uma fotografia que foi pintada e imprimida sem a cor.

11/28/2011

Villa da Feira


Vila da Feira, assim se chamava Santa Maria da Feira até à sua elevação a cidade em 1985. Neste postal, um xaile cruzado sobre o busto tal como nas imagens precedentes... mas aqui é de lã e por isso é uma versão mais modesta.

11/27/2011

Arcos

Mais um costume do mesmo tipo... com um avental muito colorido, num cenário vegetal e com a legenda Arcos, de Valdevez, no norte do Minho.

11/26/2011

Barcellos

Com este retrato colorido, eis a prova definitiva que no postal anterior não se trata de rastas... é uma espécie de lenço com franjas pousado ou atado sobre a cabeça.
Cruzado sobre o peito, um xaile sedoso, elegante e ricamente decorado, forma uma peça do vestuário. As franjas descaem propositadamente sobre os mangas brancas da camisa. O colar ajustado e o resto das jóias vêm completar a luxuosa indumentária... pois no início do séc. XX, um xaile destes era caríssímo e pouco acessível para as mulheres do povo.
Já agora, aproveito para pôr outro postal para o qual posou o mesmo modelo, numa versão a preto e branco e desta vez com a legenda "Vianna do Castelo".

11/25/2011

Trabalhando... com fato de gala

Mais um grupo de mulheres... jovens a fiar em Afife (litoral norte), em costumes de gala. Não, não usam cabelo rastafari com dreadlocks... mas sim xailes pousados sobre a cabeça.

11/23/2011

Espadelando o linho

Para prosseguir com indumentária beirense... eis um grupo de mulheres concentradas nas suas tarefas de tratamento do linho, mais precisamente na espadelagem. Praticada com a espadela de madeira, permitia a separação das fibras para serem usadas na fiação, depois na tecelagem para chegar à confeção de tecidos. Da planta até ao pano ou manta, esta "indústria caseira" necessitava muito tempo e trabalho árduo.
A única personagem da fotografia a fixar o objetivo, é o senhor da casa, em segundo plano... que parece desde sua posição dominante estar a vigiar o trabalho feminino.

Para informações detalhadas sobre o trabalho do linho, podem ver aqui: http://www.bragancanet.pt/brunhoso/linho.htm

11/22/2011

Beira

Tal como na imagem precedente, a moça expõe uma soberba cabeleira. Argola de ouro, lenço de tecido estampado atado sobre a cabeça... um arzito de pirata talvez.

11/21/2011

Costume de Famalicão

Eis mais um exemplo... desta vez o postal a preto e branco existe numa versão colorida, mas também numa terceira versão que foi tão retocada, colorida ou pintada que se tornou num desenho.
 É sempre impressionante... o tamanho e a quantidade de jóias nestas moças minhotas. Esta segunda versão vem com a localidade, Famalicão.
 A terceira versão quase parece uma imagem sagrada, daquelas que se ganhavam na catequese. Aqui vem com menção "Avintes", o que será mais provavelmente o lugar da realização artística.

11/20/2011

Costume de Vianna do Castello

Eis um bom exemplo de postal a preto e branco do qual existe também uma versão "colorizada". O resultado do que se assemelha a uma espécie de Photoshop manual, é realista, principalmente nos ornatos complexos dos tecidos. Reparem no xaile enrolado no busto e usado como uma peça de roupa.
Só na segunda versão é que diz que se trata de uma moça de Viana. Perceberam que as legendas são anteriores à profunda reforma ortográfica de 1911, que também tocou os topónimos nacionais. Pequeno aparte demasiado tentador: há exatamente 100 anos, a adoção da nova ortografia não se fez sem resistências em Portugal... que melhor maneira de assinalar o centenário da reforma senão repetindo a história?

11/19/2011

Varinita

Para continuar a série... uma "varinita", que tal como era norma para os miúdos naquele tempo, está vestida de maneira idêntica à mãe. Vem com a indicação da localidade de "Malva": bem, após pesquisar não consegui encontrar esse sitio... duas hipóteses: o postal vem com um erro ou o município de Malva sofreu uma extinção/fusão.
No início do séc. XX as fotografias e os postais a preto e branco eram frequentemente coloridos ou como se diz no Brasil talvez de maneira mais precisa, eram colorizados, i.e. postos a cor. Eis um exemplo, o qual mais de cem anos depois nos permite ter uma ideia mais exata das cores usadas no vestuário.

Rapariga de Ílhavo

Mais uma rapariga, mas de Ílhavo, terra de pescas. Tal como no postal precedente, a blusa é formosa... não esquecer que estas peças são fruto da criatividade e do trabalho manual de costureira(o)s, pois por volta de 1900 o pronto-a-vestir não era a regra. Aqui o chapéu, como numa imagem anterior tem uma forma de barquinho e faz parte do costume de gala, completo como convém com as jóias ostentativas.

11/18/2011

Costume do norte

Uma jovem camponesa de olhar sério e meia reservada, num cenário campestre, rodeada por feixes de palha... traz um chapéu também ele de palha e de um modelo que ainda hoje existe idêntico. Reparem na bonita e não menos original blusa.

11/17/2011

Camponesa do Alentejo

Vamos agora para o Alentejo... com uma camponesa a posar num cenário artificial. Lenço claro florido na cabeça, coberto por um chapéu preto com estilo masculino... típico da feminidade camponesa alentejana de outrora.

11/16/2011

Varina

Já que estou em assuntos marítimos... eis uma vendedora ambulante de peixe ou varina, descalça (assim manda a profissão) e posando com o seu cesto. Um lindo postal de cerca de 1900. O chapéu faz lembrar um barquinho... de propósito ou inconsciente? Durante o ofício este deixará o lugar à barca pesada que é o cesto repleto de mercadoria piscatória fresca...

11/15/2011

Velho pescador

Os retratos de pescadores são frequentes em postais. Mais um então nesta série, só que este trabalhador do mar traz uma espécie de chapéu de coco. Original...

Tipo de pescador de Ovar

Prosseguindo no mesmo tema... eis um "tipo de pescador", diria dos anos 40 ou 50. Quase parece um velho escocês sisudo... se não fosse a carapuça bem Lusitana.

11/14/2011

Pescador de Lisboa

Por falar em carapuça... eis uma bonita na cabeça de um pescador lisboeta, retratado num postal do início do século XX. Reparem também na camisa (?) largamente decotada... estilo descontraído.

11/13/2011

Antigos trabalhadores do Minho

Uma fotografia dos anos 1900 com a legenda "Antigo trabalhador", o que indica que o traje é do século XIX. Acho as calças brancas largas e curtas surpreendentemente modernas (imaginem num veraneante de sandálias...). Alfaia ao ombro, socos na mão, camisa branca, jaqueta elegante, carapuça... Esta última faz lembrar o barrete frígio, posto na moda durante a revolução francesa em 1789 e que depois, de cor vermelha se tornou um símbolo republicano; o nome "frígio" vem da antiguidade, tal carapuça já existia na época romana. Tambem foi adotada mais tarde, de cor branca ou vermelha, pelos Estrunfes.
O conjunto, com variantes para as calças, forma um traje camponês comum na Europa do século XIX.
O senhor aqui acima posou junto com dois colegas para outro postal, de formato inabitual. Veste um colete e um chapéu, diferente dos outros dois. Vem com a curiosa legenda "Comprando adubos" e desta vez traz a precisão da localidade: freguesia de Perre, a uns km de Viana do Castelo. Porquê Perre? Porque Perre tem um historial de relevo no traje à lavradeira. Existia ali a tradição da cultura do linho, o qual era usado pelas raparigas da terra para tecer ou confecionar fatos ou bordados. Isso explica a singularidade das calças brancas nestas fotografias.

Trajo dos arredores de Coimbra

Uma senhora de trança em coroa, posando com dignidade, de braço pousado numa bilha, vestindo uma blusa elegante de mangas largas e uma saia cumprida, ou será um avental? À moda de Coimbra.

11/12/2011

Costume do Minho

Um costume do Minho mais "clássico" e o primeiro duma longa série, já que o Minho revelou-se uma fonte quase inesgotável de indumentária postal. Uma senhora posa num enquadramento pseudo-romântico artificial ao gosto do tempo.

Mulher de Castro Laboreiro

Eis a minha primeira imagem, uma escolha aleatória. Fotografia tirada por volta de 1900.
Não sei porquê especificamente de Castro Laboreiro (mais conhecido pelos seus cães)... mas é um exemplo raro de postal com um costume de montanha do Minho.
Trata-se aqui de uma rapariga vestida com uma espécie de manta feita para proteger grosseiramente do frio, o que contrasta com os tamancos abertos e os pés nus. Adivinha-se um tipo de costume muitíssimo antigo, que se pode imaginar existindo já na idade do ferro.